Espécies
Orquidea bambu
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Às vezes a beleza de uma flor pode determinar o fim de uma espécie em seu habitat natural. Quem cultiva seu jardim nem sempre pensa nos prováveis impactos que a simples compra de uma muda, bulbo ou semente pode causar em um ecossistema, e por mais bem intencionados que possam parecer alguns atos, são estes atos que determinarão se algumas espécies terão lugar cativo na natureza ou apenas em estufas privilegiadas. É o que acontece com algumas orquídeas que não encontram mais seu habitat sem sinais graves de degradação; falaremos brevemente de uma delas, natural da Ásia, vinda de lugares como o Nepal, Burma, China e Tailândia, a orquídea-bambu ( Arundina bambusifolia ou Arundina graminifolia).
Ao contrário de suas irmãs espalhadas pelas florestas em todo o globo, a orquídea bambu é a única espécie existente do gênero Arundina, o que a torna uma flor passível de extinção na natureza; embora diversos orquidários esmerem-se em reproduzir suas belas flores – a orquídea-bambu foi climatizada com sucesso na América Central, em países como Porto Rico e Panamá – os exemplares autóctones tornam-se raros graças ao constante desmatamento das florestas tropicais asiáticas.
Se não fosse o esforço dos amantes de orquídeas, talvez a orquídea-bambu estivesse apenas em velhos e empoeirados livros botânicos, e ainda assim apenas representada por desenhos. Seu valor comercial também ajudou na perpetuação da flor, além do fato de ser uma espécie terrestre e não epífita. Vigorosa e vistosa, a orquídea-bambu cresce em caules com consistência de bambu (chamado de caule juncoso) e podem atingir imponentes dois metros de altura em uma composição entouceirada não muito compacta porém proprietária de harmonia. As folhas em forma de lança, finas e estreitas, são longas e pontiagudas e nascem alternadamente pela extensão do caule.